1. Colaboração dentro e fora do sector é fundamental para se criarem movimentos de aprendizagem lúdica
Não existem movimentos sem uma parceria. Os movimentos exigem uma diversidade de pessoas e organizações que têm uma visão partilhada e trabalham em conjunto para um objectivo comum porque não há nenhum grupo que o possa fazer sozinho. Acreditamos que o alcance e o poder de um movimento fica amplamente reforçado com a combinação de esferas de influência de diferentes organizações e dos círculos de interessados.
De ONG internacionais a prestadores de serviços de base comunitária e agências governamentais, todos estão empenhados em promover a aprendizagem lúdica. Na Colômbia, fizemos parceria com o Ministério da Ciência num podcast original para promover o desenvolvimento da ciência, inovação e tecnologia através do brincar, e no Brasil encontrámos uma causa comum com as G10 Favelas, um grupo de empreendedores que trabalham para o progresso social e económico nas áreas urbanas.
Unidos pelo Brincar está a trabalhar com vista a expandir o ecossistema de parceiros, conduzindo uma acção coordenada nos países centrais.
A experiência ensinou-nos algumas lições vitais sobre colaboração. Em primeiro lugar, é essencial compreender o cenário reservando tempo para pesquisar e delinear o espaço da questão e logo descobrir onde existe uma lacuna que precisa de ser preenchida para se criar um ecossistema sólido para definir o seu papel neste ecossistema.
Não tenha medo de procurar além dos actores óbvios. Como um Ministério da Ciência, mesmo quando precisa de falar sobre aprendizagem lúdica. Por certo, as diferentes organizações terão sempre as suas agendas próprias, mas encontre pontos em comum e foque-se na construção de colaboração em torno de um benefício mútuo.
Por último, é normal que as organizações tenham níveis diversos de participação e contribuam de forma diferente. Tal como as pessoas, é necessário encontrar os parceiros onde eles estão quando convidados a colaborar e que lhes sejam dadas oportunidades de contribuir de forma a fazer valer os seus trunfos.
2. Aumentar o apoio compreendendo o seu público e as suas necessidades
Uma parte integrante para se criar um público de prestígio é a comunicação nos dois sentidos com aqueles que está a tentar empenhar ou influenciar. Existem abundantes provas e literatura que demonstram a eficácia da aprendizagem lúdica nas crianças mas, a maior parte das pessoas não tem tempo para ler estes documentos. E há muitas pessoas que não estão conscientes de que brincar pode contribuir para o sucesso académico, ajudando ao mesmo tempo as crianças a desenvolverem outras competências essenciais, tais como a capacidade de estabelecer relações com terceiros e resolver conflitos.
Histórias pessoais, contextualizadas e colectivas podem impulsionar acções públicas de forma eficaz porque transformam questões técnicas e complexas em assuntos reconhecidos e pertinentes.
Unidos pelo Brincar criou consciência quanto ao valor da aprendizagem lúdica entre o nosso público principal, pais e educadores, partilhando histórias e mensagens que aproveitam os valores e crenças existentes. Na Colômbia, pedimos aos pais que partilhassem as suas próprias histórias sobre o modo como os filhos lidaram com a pandemia, e demos resposta aos desafios enviando-lhes vídeos de tutoriais e actividades para os ajudar a controlar o stress e a ansiedade da pandemia através do brincar.
Da mesma forma, no Ruanda alcançámos cerca de 1,5 milhão de pessoas (11,6% da população total) em 2021 através das redes sociais, pedindo aos pais com o maior número de seguidores que fizessem vídeos deles próprios a brincar com os filhos. Os seguidores relacionaram-se com as brincadeiras tradicionais que jogaram quando eram crianças.
Um pai que recebeu informações através da nossa campanha mandou-nos um email dizendo: “Trabalho na construção. Brincar é muito bom. Sou um pai de duas crianças e estou super entusiasmado com esta plataforma. Vai dar-nos o conhecimento de que precisamos para educar os nossos filhos para que sejam bem-sucedidos e para fazer progredir a nossa família. Muito obrigado”.